Resumindo 2017



Seleccionei alguns posts como os meus favoritos deste ano prestes a findar e apercebi-me do seu enquadramento nos acontecimentos anuais. Do aumento da natalidade ao racismo e ao crescimento económico... ficou a faltar um apontamento acerca da comunidade LGBT e ao tema plágio/cópia que tem afectado marcas e artistas. Para o ano há mais e voltaremos a estes pontos.

Assistimos a um mini baby boom com o crescimento económico. Os millennials estão, passo-a-passo, a virar papás e com esse facto aumentam as marcas de roupa e decoração infantil. A qualidade da literatura também é crescente e as opções infinitas. As sugestões de livros que dei para o Natal poderiam figurar as minhas estantes, com ou sem miúdos. É bom pesquisar e facilmente encontrar enredos para lá dos contos e aventuras, livros com alma, graça e utilidade.
Este texto é tão pessoal que teria mesmo de figurar neste apanhado. Duas das pessoas mais especiais que conheço finalmente materializaram um sonho e empenharam-se na abertura da Terrárea, em Matosinhos. O projecto tem corrido muito bem, mas isso já seria de esperar, conhecendo o bom gosto e o coração dos responsáveis, Sofia & Márcio. Brevemente coloco por aqui a segunda composição que fiz para eles.

De repente uma epifania que tardou em chegar, nesta conclusão acerca das novas it girls, vindas da Escandinávia. As palavras hygge e lagom foram tão repetidas em 2017 que lhes vejo uma finitude breve no nosso vocabulário. O estilo das escandinavas, esse será mais cimentado.

A viagem até São Vicente foi marcante. O único voo do ano, mas para sempre inesquecível. Não sendo dada a aventuras, estes dias foram uma surpresa e superação, um teste à adaptabilidade e à resistência. Viajar é mesmo a maior riqueza que construímos e a minha lista de investimentos cresce desmesuradamente. Por outro lado, temos comprovado a influência africana na cultura europeia e americana. Tal deve-se em parte à aspiração de uma sociedade mais igualitária, aspiração esta que provém da globalização. Consumimos Música e Moda de todas as partes do globo e neste momento jovens com ascendência africana têm alcançado vastos públicos com a sua arte. As tristes notícias, acerca de questões raciais, que nos últimos anos têm chegado até nós, tornaram-se uma alavanca para a discussão do tema e consequentes reivindicações por uma sociedade justa.

A febre pela Casa Balenciaga quebrou os termómetros da Moda e está descontrolada. Demna Gvasalia, ao leme, tornou a marca de origem espanhola num sucesso comercial sem igual. Mas será que Cristóbal veria estas mudanças com bons olhos? A verdade é que neste mês foi lançada a primeira colecção infantil com a etiqueta Balenciaga - muito em linha com o que falei acima dos bebés dos millennials. Vários nomes ancestrais da história da Moda têm sido reinventados ou acordados após anos e anos em coma. É o caso de Schiaparelli ou Nehera, que provam a melhoria económica que vivemos, mas também o interesse progressivo pelo negócio de vestuário, por parte de consumidores e investidores.

Outra das grandes temáticas de 2017 foi a saúde mental. Hoje, todos nos abrimos como um livro digital, mostrando a vida mais ou menos como ela é. Uns partilham os seus sentimentos mais íntimos e abrem assim uma porta para o diálogo acerca de ansiedade, depressão, tristeza. Perante o peso que a palavra Líder tem e as vezes que é repetida, lutam os normais, os tristes, os introvertidos que não ambicionam liderar e muitas vezes também não conseguem ser liderados nesta onda do optimismo e extroversão. É fulcral aceitarmo-nos e aperecebermo-nos que as diferenças, em equipa e em sociedade, fazem-nos mais fortes. O que seria do mundo se fossemos todos Líderes?

Um texto desafia o outro, tal como uma tendência sobrevive lado a lado com a outra. Neste momento o trashy é mais forte que o romântico e caminhamos numa era de despojamento, vulgaridade e coragem. Vivemos o hippie, o punk, o grunge, o cyber-rave e agora é a vez deste estilo ghetto, marcado pela cultura rap e gangsta contemporânea. O uniforme é desportivo e os acessórios ostensivos. A atitude é arrogante e cheia de confiança. Marcas como Balenciaga, Yeezy, Off-White, Y-3 são as mais tentadoras e replicadas para as massas. Cria-se um fosso com as personagens altivas, monárquicas e oníricas, que se têm multiplicado em materiais nobres como o veludo e as rendas, para Casas como a Gucci, Erdem, Prada, Valentino. Para confirmarem esta disparidade de gostos, vejam esta lista.

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